Manaus

Manaus é a única capital do Norte-Nordeste no ranking das cidades mais caras do mundo

Manaus ocupa a 182ª posição no Ranking Internacional de Custo de Vida 2024, elaborado pela consultoria global Mercer entre 227 cidades de todos os continentes. No Brasil, apenas outras quatro capitais figuram no levantamento: São Paulo (124ª), Rio de Janeiro (150ª), Brasília (179ª) e Belo Horizonte (185ª). Desta forma, Manaus destaca-se como a quarta capital brasileira mais cara e única representante da região Norte-Nordeste na lista.

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Segundo especialistas, fatores como a logística onerosa (devido ao transporte de insumos pela hidrovia e algas barreiras naturais) e a alta carga tributária são apontados pelos comerciantes como justificativa para o valor elevado dos produtos. Contudo, para grande parte dos moradores, esses argumentos não explicam totalmente a disparidade de preços verificada em supermercados, feiras livres, lojas de roupas e, sobretudo, no mercado imobiliário.

“O Procon existe só no papel. Na prática, ninguém fiscaliza nada, nem preços, nem condições sanitárias. Estamos entregues à própria sorte”, afirma uma consumidora que prefere não se identificar.

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Durante um mapeamento de preços promovido pela Revista Fama Amazônica, foi possível constatar que: Alimentos básicos — como arroz, feijão e carnes — chegam a custar 20% a mais em comparação a capitais de perfil econômico semelhante, como Recife e Fortaleza.

Supermercados alternam listas de preços sem aviso prévio, dificultando o planejamento das famílias de menor renda.

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Roupas e calçados têm tabelas de custo similares às de regiões Sul e Sudeste, mesmo considerando o poder aquisitivo local.

Imóveis residenciais para aluguel registram valores médios acima de R$ 1.500 para quitinetes simples em bairros periféricos, montantes considerados “absurdos” por trabalhadores que recebem até dois salários mínimos.

O contexto expõe uma preocupante falta de fiscalização e de políticas públicas efetivas. Mais do que reclamar, muitos consumidores têm recorrido ao Procon-AM para formalizar reclamações, mas relatam demora na abertura de processos e ausência de sanções aos estabelecimentos que abusam dos preços. A Vigilância Sanitária também é alvo de críticas, sobretudo em relação à verificação de condições de higiene em açougues e lanchonetes de baixo custo.

A situação torna-se ainda mais grave ao considerarmos que Manaus é a única capital do Norte-Nordeste a figurar entre as mais onerosas do globo, numa região em que o custo para transportar mercadorias via fluvial e aeroportuária já onera toda a cadeia produtiva. Enquanto isso, a população, especialmente a de menor renda, sente no bolso o peso de cada compra e, em muitos casos, é forçada a restringir o consumo de itens básicos.

Impacto social e perspectivas

O acesso restrito a itens essenciais compromete a qualidade de vida e amplia as desigualdades. Organizações não governamentais e associações de moradores pedem a implementação de:

Programas de subsídio governamental para produtos da cesta básica;

Fiscalização rigorosa junto a supermercados e casas de roupas, com multas efetivas para práticas abusivas;

Políticas habitacionais voltadas a aluguel social, com valores justos para quem ganha até dois salários mínimos.

De acordo com economistas locais, somente uma ação integrada entre Poder Público, setor empresarial e organizações civis poderá reverter a escalada de preços que tornou Manaus quarta colocada entre as cidades brasileiras mais caras.

Até que isso ocorra, segue o alerta: o custo de vida elevado não é reflexo apenas de crises globais, mas também da falta de controle e transparência no comércio local.

Matéria publicada em 06 de junho de 2025 pela Revista Fama Amazônica

por Almir Souza Redator
Fonte Redação Fama
Foto AAS

Almir Souza

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