Suicídio infantil e juvenil: o grito silencioso que ecoa na Amazônia e no Brasil
Suicídio infantil e juvenil: o grito silencioso que ecoa na Amazônia e no Brasil – Os casos de suicídio entre crianças e adolescentes no Amazonas, na Amazônia e no Brasil vêm crescendo de forma alarmante nos últimos anos. Apesar da resistência em discutir abertamente o tema, é urgente buscar estratégias de prevenção contínuas, intersetoriais e baseadas em evidências.
A Fama Amazônica destaca que seis frentes articuladas podem orientar escolas, famílias, profissionais e gestores comprometidos com o direito de crescer com dignidade, pertencimento e esperança: promover, prevenir, identificar, engajar, tratar e acompanhar.
Um problema global e crescente – O suicídio é uma realidade delicada e complexa que afeta todas as faixas etárias e representa um dos maiores desafios de saúde pública no mundo.
A cada ano, mais de 700 mil pessoas tiram a própria vida. O aumento significativo entre crianças e adolescentes exige ações rápidas e coordenadas de toda a sociedade.
Entre jovens de 15 a 29 anos, o suicídio já é a quarta principal causa de morte, superado apenas por lesões no trânsito, tuberculose e violências interpessoais — e ocupa o terceiro lugar entre 15 e 19 anos.
O cenário brasileiro
No Brasil, onde o número de mortes por suicídio era historicamente menor que em outras regiões do mundo, o quadro segue a tendência global: crescimento expressivo entre jovens, sobretudo do sexo masculino e de centros urbanos.
Entre 2000 e 2022, de cada cem mortes registradas entre pessoas de 10 a 29 anos, cerca de quatro ocorreram por suicídio.
Depois da pandemia de covid-19, adolescentes de 10 a 19 anos passaram a apresentar risco 21% maior de suicídio em relação aos adultos jovens de 20 a 29 anos.
Um alerta que não pode ser ignorado
Reverter essa tendência é essencial para proteger vidas e promover um ambiente saudável de crescimento e desenvolvimento.
Prevenir o suicídio exige mais do que campanhas pontuais.
É um trabalho constante, que passa por conversar sem medo, quebrar tabus e criar espaços seguros onde os jovens possam falar – e ser ouvidos.
A infância e a adolescência em risco
O suicídio é um fenômeno multifacetado, que atravessa dimensões pessoais, familiares, escolares, culturais e sociais.
Durante a infância e a adolescência — fases marcadas por intensas transformações no corpo, nas emoções e nas relações — a prevenção requer atenção especial e atuação ampla.
Os dados que preocupam
A Fama Amazônica analisou dados do Sistema Único de Saúde (SUS) que revelam um aumento expressivo nos casos de ansiedade entre crianças e adolescentes, superando os níveis observados em adultos.
Embora não haja uma única causa, fatores como crises econômicas e ambientais, autodiagnósticos simplificados, e o uso excessivo de celulares e jogos contribuem para agravar o quadro.
Diante disso, fica a pergunta:
“Para onde estamos indo, se os números continuam a subir e o silêncio persiste?”
O caminho da esperança
A resposta está em um esforço coletivo e contínuo — famílias, escolas, profissionais de saúde e gestores públicos devem agir juntos.
Promover o diálogo, fortalecer vínculos e garantir o acesso a apoio psicológico são passos fundamentais para que nossas crianças e adolescentes cresçam com dignidade, pertencimento e esperança.
💚 Fama Amazônica — Pela vida, pela escuta, pela Amazônia.
por Almir Souza Redator
Fonte Redação Fama
Foto AAS





