Juventude Brasileira em Risco: 65% das Mortes de Jovens São por Causas Externas, Aponta Estudo da Fiocruz

Juventude Brasileira em Risco: 65% das Mortes de Jovens São por Causas Externas, Aponta Estudo da Fiocruz – Pesquisas realizadas pela Revista Fama Amazônica, com base em estudo da Fiocruz, revelam um quadro alarmante: 65% das mortes de jovens entre 15 e 29 anos no Brasil têm origem em causas externas, como homicídios, acidentes de transporte e violência.
O informe integra o Ciclo de Informes sobre a Situação de Saúde da Juventude Brasileira, produzido pela Agenda Jovem Fiocruz em parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Os dados foram coletados a partir de registros do SUS e do IBGE entre 2022 e 2023.. Jovens mais expostos do que a população geral.
O levantamento aponta que os fatores etários têm mais peso do que a localização geográfica para explicar o risco de morte. A juventude, em especial, enfrenta índices mais altos de violências e acidentes quando comparada à população geral.
Entre os jovens de 20 a 24 anos, a taxa de mortalidade chegou a 218,2 óbitos por 100 mil habitantes, superando a média nacional.
Norte e Nordeste lideram taxas mais críticas
A pesquisa mostrou que as regiões Norte e Nordeste concentram os índices mais elevados de mortalidade juvenil:
Roraima: 623,5 mortes por 100 mil jovens (20 a 24 anos).
Amapá: 447 por 100 mil.
Bahia: 403 por 100 mil.
Embora não haja uma taxa específica para o Amazonas, o estado acompanha a tendência regional. Especialistas explicam que a vulnerabilidade amazônica se agrava por fatores como fronteiras extensas, violência armada e acidentes em estradas precárias e áreas ribeirinhas.
Faixas etárias e vulnerabilidades
15 a 19 anos: maior exposição à violência física e conflitos interpessoais.
20 a 24 anos: mortes violentas atingem o pico (390 óbitos por 100 mil).
25 a 29 anos: crescem os acidentes de transporte e a violência psicológica.
Principais causas de morte
Agressão física: 47% das notificações de violência contra jovens.
Violência psicológica: 15,6%.
Violência sexual: 7,2%.
Acidentes de transporte: motocicletas em 53% dos casos fatais, atingindo sobretudo homens (84% das vítimas).
Ação policial: 3% das mortes externas de jovens, contra 1% na população geral.
Desafios para políticas públicas
Segundo a Fiocruz, o objetivo do informe é fornecer dados epidemiológicos que subsidiem políticas públicas mais efetivas em segurança, transporte, educação e saúde, de modo a reduzir a vulnerabilidade da juventude brasileira.
“A juventude continua sendo o grupo etário mais exposto às causas externas de morte no país, refletindo desigualdades sociais e a ausência de políticas eficazes de prevenção”, destaca o estudo.
por Almir Souza Redator
Fonte Redação Fama
Foto AAS