Olhar 360

Fama Amazônica 12 de Outubro – Dia da Crianças

Fama Amazônica | 12 de Outubro – Dia da Criança – Amazônia Legal: a infância ameaçada exige resposta imediata – O 12 de outubro é, sim, o Dia da Criança. Mas na Amazônia Legal, onde a violência sexual contra crianças e adolescentes cresce de forma alarmante, não há muito o que comemorar. O silêncio e a inércia das autoridades se espalham por toda a região, enquanto nossas crianças continuam expostas e desprotegidas.

Amazon ECO SIGHT

A Revista Fama Amazônica faz um chamado urgente: é hora de agir — com responsabilidade, união e coragem. A comunidade amazônica, as instituições públicas e privadas e toda a sociedade civil não podem mais esperar. Cada dia de silêncio perpetua o perigo. A proteção da infância é inegociável.

TELECOMAM Rádiocomunicação

Dados que chocam – Um relatório recente do Unicef e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostra que seis dos dez estados com maiores taxas de violência sexual infantil do país estão na Amazônia Legal. São eles: Rondônia (234,2 casos por 100 mil), Roraima (228,7), Mato Grosso (188,0), Pará (174,8), Tocantins (174,2) e Acre (163,7) — números que falam por si só.

Em 2023, a região registrou 141,3 casos por 100 mil crianças e adolescentes, uma taxa 21,4% acima da média nacional. O crescimento é preocupante: 26,4% de aumento entre 2021 e 2022, mais que o dobro do avanço nacional (12,5%).

No caso do Amazonas, os dados são ainda mais duros: entre 2019 e 2023, 47,1% dos mais de 1,5 milhão de casos ocorreram em Manaus. A maioria das vítimas são meninos (92,6%), entre 10 e 14 anos (54,1%), e negros ou indígenas.

Chamado urgente à ação

O cenário é uma emergência e exige mobilização imediata de todos os setores:

Governo municipal, estadual e federal: implementação de políticas públicas eficazes e sensíveis às realidades amazônicas.

Segurança e saúde: capacitação de conselheiros tutelares, agentes de saúde e policiais para atuar com empatia e conhecimento nas comunidades indígenas e ribeirinhas.

Sociedade civil, empresas e fundações: promoção de campanhas de conscientização, fortalecimento das redes de proteção e apoio direto às vítimas.

Educação e cultura: transformar a escola em espaço seguro, de denúncia e prevenção.

Desigualdades étnico-raciais

As desigualdades raciais agravam a violência. Entre as vítimas de estupro na Amazônia Legal entre 2021 e 2023, 81% eram pretas ou pardas e 2,6% indígenas.

Crianças e adolescentes negras são três vezes mais expostas à violência letal — especialmente em intervenções policiais — e 91,8% das vítimas são negras.

A urgência amazônica

A realidade da Amazônia potencializa o problema: vastas fronteiras, conflitos territoriais, desigualdades étnico-raciais e crimes ambientais criam um ambiente de risco extremo.

As mortes violentas intencionais entre jovens de até 19 anos estão 31,9% acima da média nacional, e os adolescentes de 15 a 19 anos têm 27% mais chance de serem vítimas fatais que em outras regiões do país.

Conclusão

A infância amazônica pede socorro.
O futuro da Amazônia — e do Brasil — depende da coragem de romper o silêncio. É hora de transformar a indignação em ação, e as estatísticas em políticas reais.

Amazônia não pode esperar. A vida das nossas crianças é urgente.

Por Almir Souza – Revista Fama Amazônica
Fonte Redação Fama
Foto AAS

Almir Souza

Aqui Amazônia Acontece

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo