“Educação em Crise: Quando o Sofrimento Emocional Vira Violência”
“Educação em Crise: Quando o Sofrimento Emocional Vira Violência” Violência escolar, sofrimento emocional e pertencimento: um desafio urgente no Brasil e no Amazonas – Por Almir Souza – Redator, pesquisador e escritor da Revista Fama Amazônica – A escola como espaço central de desenvolvimento. A escola é um dos espaços mais centrais na vida de crianças e adolescentes.
Nela se constroem não apenas conhecimentos, mas também afetos, identidades e relações sociais. Ao promover o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais, a escola ajuda a formar cidadãos ativos em uma sociedade democrática e plural.. No entanto, quando a escola se torna palco de violências e exclusões cotidianas, o impacto vai muito além da aprendizagem: atinge diretamente a saúde emocional e o projeto de vida de milhares de estudantes. Violência e sofrimento emocional: um ciclo perigoso. –
Pesquisas apontam que sofrimento emocional e violência escolar estão diretamente relacionados e se retroalimentam. A ausência de pertencimento, sentimentos de rejeição e solidão criam um terreno fértil para que a violência se manifest—seja de forma simbólica, interpessoal ou extrema.
Romper esse ciclo exige ações conjuntas entre escolas, famílias, rede de proteção e sociedade, baseadas em pertencimento, vínculos, cuidado e corresponsabilidade.
Sinais de alerta: saúde mental na adolescência
Nos últimos anos, sintomas como ansiedade, depressão, sentimentos de não pertencimento e ideação suicida cresceram expressivamente entre adolescentes.
Dados da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) mostram que, pela primeira vez, jovens de 15 a 19 anos superaram os adultos em atendimentos por transtornos de ansiedade e depressão.
O retorno às aulas presenciais após a pandemia agravou esse cenário, acompanhado de um aumento alarmante nos casos de autolesão e suicídio. Entre 2010 e 2021, os registros de suicídio entre jovens cresceram 42%, sendo 11,4% apenas entre 2020 e 2021. Hoje, o suicídio já é a terceira causa de morte entre adolescentes dessa faixa etária.
Inclusão escolar: avanços e desafios
Outro fenômeno recente é o aumento expressivo das matrículas de educação especial. Entre 2019 e 2024, o número de crianças incluídas em creches, educação infantil e ensino médio praticamente quadruplicou.
Embora esse crescimento seja um avanço em termos de inclusão, ele também trouxe à tona novos desafios. Crianças com TEA, TDAH ou deficiências múltiplas estão mais vulneráveis a situações de bullying. Pesquisas indicam que alunos com TEA têm até sete vezes mais chances de sofrer bullying em relação a colegas neurotípicos.
Pertencimento como chave de prevenção
Estudos internacionais (OCDE, PISA 2012-2022) mostram uma queda progressiva no sentimento de pertencimento dos estudantes à escola. Cada vez mais, adolescentes relatam solidão, afastamento e dificuldade em construir amizades.
Pesquisas recentes confirmam: quanto menor o sentimento de pertencimento, maior o sofrimento emocional e a exposição a situações de bullying. Ao contrário, quando os vínculos são fortalecidos, cresce a esperança e a resiliência entre os jovens.
Conclusão
A Revista Fama Amazônica, por meio de seu redator, pesquisador e escritor Almir Souza, conclui que a escola deve ser vista como um espaço não apenas de ensino, mas também de cuidado. É urgente promover políticas públicas e práticas pedagógicas que priorizem a saúde mental, a cultura de paz e o fortalecimento dos vínculos afetivos.
Por trás dos números, estão histórias reais de crianças e adolescentes que precisam ser ouvidos, acolhidos e respeitados. O futuro da educação e da sociedade depende de como cuidamos da infância e juventude hoje.
por Almir Souza Redator
Fonte Redação Fama
Foto AAS





