Sonho de Natal com Kadú Bom de Bola

Kadú era um menino que respirava futebol. Morador de uma vila simples em Manaus, passava os dias chutando bolas feitas de meias ou jogando com amigos na quadra do bairro. Seu maior sonho? Ser jogador profissional e um dia vestir a camisa de um time lendário, como o Real Madrid.
Na véspera de Natal, após ajudar a mãe a organizar a pequena ceia, Kadú foi dormir exausto, mas com um sorriso no rosto. Ele não sabia que naquela noite viveria uma das aventuras mais incríveis de sua vida.
No sonho, Kadú estava em um estádio gigantesco, com arquibancadas lotadas de torcedores vibrando. A camisa branca reluzente do Real Madrid estava vestida em seu corpo. Ele sentia o peso da responsabilidade, mas também a alegria de finalmente realizar seu sonho.
Enquanto se aquecia no gramado perfeito, ouviu um grito vindo do técnico:
— Kadú, é sua vez! Entre e mostre por que você foi escolhido!
Ele entrou no campo sob aplausos ensurdecedores. O jogo era acirrado, e o placar estava empatado. Nos minutos finais, Kadú recebeu um passe perfeito. Ele driblou dois zagueiros com maestria, deixou o goleiro no chão e marcou o gol da vitória!
O estádio explodiu em festa, e os companheiros de equipe o levantaram nos ombros, gritando:
— Kadú! Kadú! Nosso novo craque!
Mas, antes que pudesse celebrar mais, sentiu um toque suave em seu ombro. Era sua mãe, acordando-o.
— Kadú, é Natal! Venha ver o que Papai Noel deixou para você.
Ainda com o coração acelerado, ele correu até a sala e encontrou um presente embrulhado com cuidado. Ao abrir, lá estava: uma bola de futebol novinha, brilhando como o sonho que acabara de viver.
— Vai lá, filho — disse sua mãe, sorrindo. — Mostre a todos o craque que você é.
Kadú saiu para a rua, onde os amigos o esperavam. Mesmo acordado, o sonho continuava vivo, pulsando em seu coração como uma promessa. Ele sabia que, com esforço e dedicação, um dia poderia transformar aquele sonho em realidade.
Era o tipo de sonho que parecia ter vida própria, como se cada detalhe fosse mais real do que a própria realidade. Kadú sentia o vento no rosto enquanto corria pelo campo, o som das arquibancadas ecoava em seus ouvidos como uma sinfonia de glória, e o brilho da camisa do Real Madrid parecia refletir todo o seu esforço e determinação.
O sonho o levava a outros momentos mágicos: uma coletiva de imprensa cheia de repórteres perguntando sobre sua incrível estreia, um jantar especial com os craques do time, e até a assinatura de um contrato onde seu nome reluzia ao lado do símbolo do clube.
Porém, o mais especial foi quando, em meio ao sonho, ele voltou para casa e viu a sua família na sala, assistindo ao jogo em que ele era a estrela. Seus pais choravam de alegria, e seus irmãos pequenos pulavam de felicidade, orgulhosos de Kadú. Nesse instante, ele percebeu que o sonho era mais do que fama e sucesso: era sobre compartilhar momentos incríveis com quem ele amava.
Quando acordou, apesar de estar de volta à sua casa simples, o sentimento do sonho ficou. Era como se aquela experiência mágica tivesse lhe dado um recado: não importa o quão distante algo possa parecer, se você acredita de verdade, pode chegar lá.
E Kadú prometeu a si mesmo: um dia, ele não apenas sonharia, mas viveria aquele momento, com sua família nas arquibancadas e o mundo inteiro aplaudindo o menino da Vila que nunca desistiu.
A mãe de Kadú, uma nadadora premiada que conhecia como ninguém o esforço e a dedicação necessários para transformar sonhos em realidade, olhou para o filho com um sorriso orgulhoso. Ela se lembrava de todas as vezes que Kadú mencionava o Flamengo, do brilho nos olhos dele ao falar de Zico, Gabigol ou das conquistas lendárias do clube.
— Kadú, lembra do que eu sempre digo? — perguntou ela, com a voz firme e carinhosa.
— Que só se alcança o topo com esforço e persistência — respondeu ele, repetindo as palavras que ouvira tantas vezes.
— Exatamente, meu filho. Se você sonha em ser um craque do Flamengo, não deixe esse sonho morrer. Acredite, trabalhe duro, e ele pode se tornar realidade.
Kadú deu um sorriso meio envergonhado, mas os olhos brilhavam.
— Mãe, no sonho, era o Real Madrid. Mas, de verdade, no meu coração, o Flamengo é tudo pra mim. Um dia eu vou jogar no Maracanã, com o estádio todo gritando meu nome.
A mãe riu, cheia de orgulho, e colocou a mão no ombro dele.
— Então comece por aqui, Kadú. Treine como um campeão, sonhe como um campeão, e, quem sabe, um dia você será um craque do Flamengo, ou do Real Madrid… ou dos dois!
Kadú deu um abraço apertado na mãe e pegou a bola nova que acabara de ganhar. Saiu correndo para a rua, onde os amigos o esperavam para mais uma partida improvisada. Cada chute, cada passe, era um passo mais perto do seu sonho.
No fundo, ele sabia: sonhos são como o primeiro mergulho de um nadador numa competição importante. Você pode não ver a linha de chegada ainda, mas, com determinação, foco e paixão, ela está sempre ao seu alcance. E Kadú estava determinado a transformar o sonho em sua história
Naquela manhã de Natal, Kadú acordou com uma energia diferente. O sol entrava pela janela, iluminando o quarto pequeno e simples, mas o que brilhava mais era o sorriso no rosto dele. Ainda sentia o gostinho do sonho, tão real e tão mágico.
Ele rapidamente vestiu a camisa do Real Madrid que ganhara de presente no Natal passado e pegou a nova bola que sua tia havia lhe dado naquela manhã, embrulhada com todo carinho. A bola era linda, novinha, com detalhes prateados que faziam os olhos de Kadú brilharem ainda mais.
Sem perder tempo, correu para fora de casa. Os outros garotos do bairro já estavam na rua, exibindo seus presentes: uma bicicleta aqui, um boneco ali, mas nenhum deles parecia mais feliz do que Kadú com sua bola.
— Galera, vocês não vão acreditar no sonho que eu tive essa noite! — disse Kadú, com entusiasmo, enquanto colocava a bola no chão e começava a fazer embaixadinhas.
Os amigos se aproximaram curiosos.
— Conta aí, Kadú! O que aconteceu? — pediu um deles.
Kadú, com olhos brilhando, começou a narrar:
— Eu sonhei que jogava no Real Madrid! A torcida gritava meu nome, e eu fiz o gol da vitória! O estádio inteiro explodiu em festa! Foi incrível, parecia de verdade!
Os garotos escutavam atentos, alguns até fechavam os olhos, tentando imaginar a cena. Kadú continuou:
— Mas, sabe o que eu percebi? Mesmo jogando lá, meu coração ainda sonha em vestir a camisa do Flamengo. Um dia, vocês vão me ver no Maracanã, marcando o gol da vitória pro Mengão!
Os amigos riram e aplaudiram, e logo a conversa virou um jogo improvisado no campinho de terra. Kadú liderava, driblando com sua nova bola e gritando:
— Vai, Real! Vai, Flamengo! É só o começo!
Naquele Natal, Kadú não ganhou apenas uma bola nova. Ele ganhou a certeza de que sonhos, por mais altos que sejam, começam nos primeiros passos — ou, no caso dele, nos primeiros dribles.
por Almir Souza-Redator Hacker Free Lancer
Fonte Redação Fama
Foto Caio Cesar