Farinha de Tapioca – MADE IN AMAZÔNIA

Tapioca, tao comum em nosso litoral e áreas da região Agreste, é um dos pratos indígenas absorvidos na culinária dos colonizadores europeus do Nordeste brasileiro que, a falta de trigo para a massa do pão, descobriram que a tapioca servia como bom substituto.
A ideia da tapioca, como a conhecemos hoje, veio da cidade de Olinda, onde se consumia intensamente o beiju, a farinha e a tapioca (goma) extraídos da mandioca, desde o século XVI com a criação portuguesa da Casa de Farinha em Itamaracá.
Entre os índios, a preferência era pelo beiju, mas a tapioca logo se espalhou entre os povos indígenas, como os cariris no Ceará e os jês, na Amazônia oriental, e também se transformou, posteriormente, na base da alimentação dos escravos no Brasil. Tudo isso serviu para transformar a tapioca, hoje, num dos mais tradicionais símbolos da culinária por quase todo o Norte e Nordeste.
Os indígenas brasileiros faziam vários tipos de beiju: o simples é um bolo de massa fresca, úmida, passado pela urupema (peneira de fibras vegetais) para formar grumos, que devido ao calor ficam ligados; o beiju-ti canga, feito de massa de mandioca mole e seca ao sol; o beijuaçu, redondo, feito como o beiju-tacinga, mas seco no forno; o caribé, que é o beijuaçu posto de molho e reduzido novamente à massa que, quando água é acrescentada, forma um tipo de mingau; o beijucica feito de arroz de mandioca, em grumos bem finos; o beiju de tapioca, da massa umedecida, saindo da urupema em pequeninos grumos que quando pronto, é enrolado; o curadá, um beiju grande, feito de tapioca (goma) umedecida, em grumos maiores, levando castanha crua, depois sendo enrolado.
A partir da tapioca eram feitas também algumas bebidas alcoólicas como o pajuari, o tarubá, o tapiocuí’ e a tiquira.
Na fabricação do tarubá, os beijus umedecidos são colocados sobre folhas de curumi (Ravenala guaianaense), e estas sobre uma camada de folhas de bananeira estendida sobre um jirau (grade de varas). Após serem polvilhados, os beijus são recobertos com as folhas de curumi e deixados por três dias, quando começa a escorrer um líquido viscoso, semelhante ao melaço. A massa é dissolvida em água, passada pela peneira e o líquido é deixado repousando. Após o descanso a bebida fica pronta
Os praticantes de esportes físicos e adeptos de dietas descobriram, recentemente, a tapioca como um alimento controlador da ingestão calórica diária em uma dieta restritiva, mas não há comprovação científica de que a tapioca ajude a emagrecer ou manter o peso ideal. Já a questão dos recheios, é outras história.
PROCESSAMENTO DA FARINHA ARTESANAL
Para produzir a farinha, as raízes de mandioca são lavadas e raladas a mão. A massa ralada úmida é prensada em sacos de algodão ou em jacás de cipó, taquara ou folhas de palmeira. O excesso de umidade é eliminado com uma certa quantidade de fécula, que se recupera por decantação. A intensidade da prensagem e a adição de água à massa ralada influem sobre a eliminação da fécula.
Além disso, na secagem ou torrefação, ficam muito “soltas” e formam pó. Sendo mais rica em fécula, a farinha é mais saborosa. No Norte e Nordeste há dois tipos: a farinha seca e a farinha d’água.
A tapioca, também conhecida como beiju, é uma iguaria brasileira, de origem tupi-guarani, originária do Nordeste. Feita com a fécula da mandioca, também conhecida como goma da tapioca, tapioca, goma seca, polvilho ou polvilho doce.
Aquecida numa chapa ou frigideira, forma uma meia-lua (ou disco).
O recheio varia. O mais tradicional é feito com coco e queijo coalho.
Fonte: Iguarias do Norte
Foto> mauro Queiroz