Amazônia

Inteligência Ancestral e o Destino do Planeta

Revista Fama Amazônica — É hora de evocar pajés, curandeiros e caboclos da mata. É hora de retomar rituais de quem realmente conhece as florestas, muito antes da ciência tentar descrevê-las. O saber ancestral é uma ciência milenar que sobreviveu em silêncio e resistência. Integrar esses conhecimentos às tecnologias modernas — drones, sensoriamento remoto, inteligência artificial — é inverter a hierarquia: a máquina precisa aprender com a floresta, não o contrário.

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Hoje a humanidade corre o risco de repetir o erro do passado. Às vésperas da COP30, em Belém, o planeta mais uma vez olha para a Amazônia como salvação. Mas sem protagonismo local, não haverá justiça climática — apenas exploração sob novas roupagens. O encontro recente da comunidade científica amazônica com a Presidência da COP30 já demonstrou: a força do conhecimento da região não pode ser ignorada.

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Fama Amazônica recomenda: a inteligência artificial deve ser submetida à inteligência ancestral. Só assim a Amazônia deixará de ser cenário e se tornará diretora do enredo que decide o destino do planeta.

É tempo de um zoneamento econômico e ambiental participativo, onde fragilidades sejam reconhecidas, potencialidades valorizadas e soluções — ancestrais e tecnológicas — caminhem lado a lado.

Pesquisas em energia limpa, bioeconomia, manejo florestal, saneamento ecológico e saúde climática precisam enraizar-se no saber da floresta. Sem isso, a ciência se torna estéril.

A gestão das águas deve respeitar o pulso dos rios, transformando cheias e vazantes em calendário da vida.

A economia precisa ser de partilha: a riqueza não deve se acumular, mas circular.

Mapas ancestrais continuam vivos e precisos: apontam onde pescar, plantar, caçar, rezar e preservar.

O futuro da humanidade não está apenas nas mesas de negociação, mas na presença da Amazônia como sujeito, e não figurante. A COP30 será palco. Mas se a cadeira amazônida permanecer vazia, não haverá futuro possível.

Revista Fama Amazônica reafirma: é tempo de inteligência ancestral e inteligência artificial caminharem juntas. O destino do planeta depende disso.

por Almir Souza Redator
Fonte Redação Fama
Foto AAS

Almir Souza

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