Doença do Beijo: Amor, Afeto e Cuidados com a Saúde

Fama Amazônica – Informação que Cuida.. O beijo é uma das mais belas expressões do amor humano. É afeto, é proximidade, é carinho verdadeiro. No entanto, poucos sabem que esse gesto íntimo e apaixonado também pode ser o caminho para uma doença conhecida como mononucleose infecciosa, ou, popularmente, “doença do beijo”.
Causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV), pertencente à família Herpesviridae, essa infecção é altamente contagiosa, embora normalmente benigna. A principal forma de transmissão é a saliva, o que explica a associação direta com o beijo. No entanto, qualquer contato direto com saliva contaminada — como compartilhar copos, talheres ou escovas de dente — pode transmitir o vírus.
Como o vírus age no organismo
Uma vez dentro do corpo, o EBV provoca o aumento das células mononucleadas no sangue — daí o nome “mononucleose”. O vírus se instala principalmente nas amígdalas, onde pode permanecer latente por toda a vida, mesmo após os sintomas desaparecerem. Assim como outros da mesma família viral, ele pode reativar silenciosamente em períodos de baixa imunidade.
A mononucleose pode afetar qualquer pessoa, mas tem maior incidência em dois grupos:
Crianças pequenas, infectadas por meio do contato com os pais ou outras crianças;
Adolescentes e jovens, geralmente por meio do beijo com seus parceiros(as).
Estima-se que mais de 90% dos adultos já tiveram contato com o vírus e desenvolveram anticorpos, mesmo sem terem manifestado sintomas.
Sintomas mais comuns
Os sinais clínicos da doença aparecem geralmente entre 4 e 8 semanas após o contágio. Os principais são:
Febre (em torno de 38°C)
Dor de garganta intensa
Dores musculares e fadiga prolongada
Aumento dos linfonodos (ínguas), especialmente no pescoço
Inchaço das estruturas do anel de Waldeyer (amígdalas faríngeas, palatinas e linguais)
Eritema cutâneo (vermelhidão), semelhante a sarampo ou rubéola
Aumento do baço (esplenomegalia)
Aumento do fígado (hepatomegalia), podendo evoluir para hepatite leve
Em casos mais graves, especialmente entre pessoas com o sistema imunológico comprometido, o vírus pode contribuir para o surgimento de tumores linfáticos e outras complicações.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos e laboratoriais. Um hemograma pode apontar a presença de linfócitos atípicos, e os testes sorológicos detectam os anticorpos específicos para o EBV, confirmando a infecção.
Não existe tratamento antiviral específico para a mononucleose. A abordagem é sintomática e de suporte, incluindo:
Repouso absoluto por 2 a 3 semanas,
Hidratação constante, com água, sucos e chás,
Uso de antitérmicos e analgésicos sob orientação médica.
⚠️ Um ponto de alerta é o risco de ruptura do baço aumentado, que pode causar hemorragia interna fatal. Por isso, evite exercícios físicos ou impactos durante a recuperação.
Prevenção: beijo com responsabilidade
Apesar de ser chamada de “doença do beijo”, a mononucleose pode ser transmitida por qualquer contato com saliva contaminada. O número de parceiros(as) com quem uma pessoa se relaciona está diretamente ligado ao risco de exposição ao vírus.
Até o momento, não existe vacina contra o EBV. Por isso, a prevenção se baseia em:
Evitar compartilhar objetos pessoais;
Ter atenção em ambientes coletivos e contatos íntimos;
Procurar atendimento médico ao apresentar sintomas.
Amar é também cuidar
Na Fama Amazônica, acreditamos que informar é uma forma de amar. O beijo continuará sendo um símbolo poderoso de carinho, mas exige consciência. O conhecimento protege, orienta e salva vidas.
Beije com amor, beije com cuidado.
Fama Amazônica – Informação que Cuida.
por Almir Souza Redator
Fonte Redação Fama
Foto AAS