Manaus

Manaus: A Capital da Floresta Sem Árvores

Manaus, metrópole cravada no coração da maior floresta tropical do planeta, vive um paradoxo civilizatório: é uma cidade sem árvores. Cercada por uma biodiversidade incomparável, com mais de 16 mil espécies arbóreas catalogadas por instituições como o INPA, nossa capital amarga um dos piores índices de arborização urbana entre as capitais brasileiras.

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Essa ausência de verde tem impactos profundos. Não se trata apenas de estética ou sombra, mas de infraestrutura ecológica essencial. As árvores bombeiam milhões de litros de água para a atmosfera todos os dias, regulam o ciclo das chuvas, a umidade relativa do ar, atenuam extremos climáticos, retêm poluentes e ajudam a prevenir enchentes. Elas são, em essência, máquinas naturais de conforto térmico, saúde pública e equilíbrio ambiental.

A temperatura média histórica de Manaus gira em torno de 26°C, mas quem caminha pelas ruas asfaltadas e sem sombra sente o calor beirar os 40°C, especialmente nas áreas centrais. Nos bairros periféricos, onde a infraestrutura urbana é precária, os efeitos das ilhas de calor se agravam ainda mais.

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Almir Souza estudioso da Amazonia em seus estudos baseados em grande conhecedor como diz a reportagem da Fama amazônica, escancarou a contradição: cidades do agronegócio como Sinop (MT) e Sorriso (MT) — localizadas em regiões onde o desmatamento avança — já superam Manaus em cobertura vegetal urbana. Lá, mesmo com o avanço do concreto, surgem parques, corredores ecológicos e políticas públicas de arborização. E aqui? Onde está a floresta que nos deu nome, identidade e propósito?

Como bem aponta Alfredo Lopes, consultor ambiental, filósofo e editor, Manaus precisa — e merece — um Plano Integrado de Arborização Urbana, com metas por bairro, uso prioritário de espécies nativas, incentivo à participação comunitária, parcerias com o INPA e o Instituto Municipal de Planejamento Urbano, e articulação com o Plano Diretor.

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Mais do que paisagismo de praça, é hora de migrarmos para uma infraestrutura verde estratégica e distribuída, com objetivos claros e impacto mensurável.

Apelo à Liderança: Sr. Prefeito Davi Almeida
Reconhecemos os avanços já promovidos. Durante seu primeiro mandato, em parceria com a SUFRAMA, houve a recuperação das vias do Polo Industrial de Manaus — uma iniciativa valorizada pelas empresas do setor e essencial para a economia do Estado, da qual a indústria representa 85%.

Agora, na esteira da necessária revisão urbanística e da busca por uma cidade mais resiliente, inclusiva e inteligente, propomos a construção de um Plano Integrado de Arborização Urbana com os seguintes pilares:

✅ Zoneamento arbóreo por bairro, priorizando as áreas com maior déficit de verde;

🌱 Inventário de espécies nativas urbanizáveis, com base nas coleções científicas do INPA;

🌍 Programa educacional e comunitário, promovendo o “plantio afetivo” em escolas, calçadas e espaços públicos;

🌳 Criação de corredores verdes, conectando parques, praças e áreas de preservação.

Acreditamos que esse plano pode ser construído em puxirum — o mutirão solidário herdado de nossos ancestrais indígenas — que une poder público, iniciativa privada, ciência, educação e comunidade. Mais do que plantar árvores, estaremos plantando uma visão de futuro.

Ser Floresta
Porque uma cidade que vive da floresta — e para a floresta — deve fazer dela parte do seu chão. Não basta estar na floresta. É preciso ser floresta.

Sua gestão, Sr. Prefeito, pode ser lembrada como aquela que reconectou Manaus com sua vocação florestal.

O momento exige coragem, inovação e liderança — atributos que motivaram os cidadãos a renovar seu mandato. As árvores estão prontas para crescer. Falta apenas que a cidade decida florescer com elas.

por Almir Souza Redator Hacker
Fonte Redação Fama
Foto AAS

Almir Souza

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