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“Assim caminha a juventude”: respeito, vínculo e o desafio de educar sem punir

Por Almir Souza — Redator da Revista Fama Amazônica
Pesquisa com jovens atletas de natação, vôlei e juventude da periferia de Manaus.. Quando ouvimos a expressão “assim caminha a juventude”, quase sempre ela vem acompanhada de um tom de crítica ou desalento. Como se os jovens de hoje estivessem “perdendo o rumo”, “valorizando o que não importa” ou simplesmente “não sendo como eram antes”.

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Mas será que essa ideia faz sentido?
Ou será que estamos apenas repetindo visões adultocêntricas que se negam a escutar o que a juventude tem a dizer?

Respeito: a base esquecida nas relações com adolescentes

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A adolescência é uma fase de intensas transformações — físicas, emocionais, sociais. Um período em que se busca sentido, pertencimento, identidade.

No entanto, em vez de acolher essa complexidade, muitos adultos recorrem à punição como forma de controle. Punem para impor. Mandam para serem obedecidos. Usam o medo como atalho para o respeito.

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Mas aqui cabe uma reflexão importante:

Respeito não é sinônimo de obediência.
Respeito não se impõe, se constrói.


Punição não ensina, distancia

O uso da punição, especialmente de forma recorrente, empobrece a comunicação e enfraquece os laços emocionais. O adolescente deixa de confiar no adulto e passa a agir por medo — não por compreensão.

A longo prazo, isso não gera autonomia, nem responsabilidade. Apenas silêncio, distanciamento e muitas vezes revolta.


Os jovens querem ser ouvidos — não julgados

No meu trabalho com jovens atletas e moradores das periferias de Manaus, vejo diariamente como a escuta verdadeira transforma vidas.

Quando um treinador, educador, responsável ou líder comunitário opta por compreender em vez de punir, abre-se um espaço seguro para o diálogo — e o respeito mútuo nasce daí.


Adolescentes são seres humanos. Parece óbvio, mas é ignorado.

Parece simples, mas na prática muitos adultos esquecem disso.
Desconsideram sentimentos, opiniões, formas de expressão dos adolescentes com o argumento de que “eles não têm experiência”, “não sabem de nada”, ou “precisam apenas obedecer”.

Esse tipo de postura não educa. Invalida. Desrespeita.

É possível fazer diferente? Sim. E é necessário.

Se quisermos construir uma juventude mais consciente, segura e respeitosa, precisamos começar pelo exemplo.

Respeitar o adolescente é:

  • criar espaço para ele ser quem é;

  • permitir que ele se expresse sem medo;

  • apresentar limites com clareza, mas com empatia;

  • entender que ele está aprendendo — e que o erro faz parte desse processo.


Finalizando

Espero que, a partir deste texto, você observe suas relações com os adolescentes de forma diferente — mais humana, mais aberta, mais respeitosa.
Comece com o olhar. Continue com a escuta.
Considere o ser humano que está diante de você.

Como disse o poeta Antonio Machado (1910/2011, n. p.), “não há caminho, o caminho se faz ao caminhar”.

A juventude é só um momento, entretanto contém uma chama que se leva no coração para sempre.” Meu conselho para os jovens é: não tenham pressa, vocês tem a vida inteira para envelhecer. Envelhecer não é perder juventude, mas ganhar experiência, sabedoria e histórias para contar!

Se quiser conversar mais sobre este tema ou compartilhar suas vivências com adolescentes, deixe um comentário abaixo ou entre em contato com a redação da Revista Fama Amazônica.

Almirsouza602@gmail.com

por Almir Souza Redator Hacker
Fonte Redação Fama
Foto AAS

Almir Souza

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