Manaus

O monotrilho de Manaus: a promessa suspensa no tempo

Fama Amazônica.. Relembrar é viver. Em Manaus, poucas promessas mexeram tanto com o imaginário da população quanto a do metrô de superfície — especialmente na forma do monotrilho. Um projeto anunciado com esperança, cercado de expectativa e propaganda, mas que, passadas mais de duas décadas, ainda não saiu do papel.

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Um histórico de promessas não cumpridas
A história começa em 1996, quando o então prefeito Alfredo Nascimento, durante a campanha de Serafim Corrêa, prometeu a construção de um metrô de superfície que ligaria o Centro à Cidade Nova, zona norte da capital. A promessa gerou entusiasmo, mas logo se revelou inviável, sendo arquivada sem resultados concretos.

Já em 2000, Nascimento tentou implantar o chamado Sistema Expresso, inspirado em modelos como o de Curitiba. A proposta era baseada em ônibus articulados circulando por pistas exclusivas nos corredores centrais. Porém, como o metrô anteriormente, o Expresso também nunca foi concluído.

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A retomada do sonho: a Copa de 2014 e o monotrilho
Em preparação para a Copa do Mundo da FIFA 2014, o sonho de um transporte moderno voltou com força. Dessa vez, a proposta ganhou forma como monotrilho — um tipo de metrô de superfície que trafega em via elevada sobre vigas de concreto, com pouca intervenção urbana e mínima necessidade de desapropriações.

O projeto, elaborado pela PwC (PricewaterhouseCoopers) em parceria com a EBEI Engenharia, previa uma linha interligando a zona leste ao centro histórico da cidade. Com estimativa de atender até 202 mil passageiros por dia, a promessa era reduzir em até uma hora o tempo de deslocamento em relação ao transporte tradicional por ônibus.

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Entre os pontos previstos para a implantação de estações estavam:

Cidade Nova-Jorge Teixeira-Constantino Nery-Santos Dumont-Arena da Amazônia

As nove estações planejadas seriam construídas sobre pilares centrais, no canteiro das principais avenidas. Os mezaninos abrigariam bilheterias, salas operacionais e passarelas elevadas de acesso, permitindo integração com terminais rodoviários e com o sistema BRT (Transporte Rápido por Ônibus).

Tudo isso foi orçado em cerca de R$ 1,3 bilhão. Mas, assim como os projetos anteriores, o monotrilho também parou. E até hoje, 15 anos depois, não passou de mais uma grande promessa.

O caos atual no trânsito de Manaus
Hoje, Manaus vive um verdadeiro colapso na mobilidade urbana. O número de veículos aumenta a cada ano, mas as soluções de transporte público continuam escassas, caras e ineficientes. Congestionamentos diários, especialmente nos horários de pico, travam as principais vias da capital.

E quando chove — o que é frequente — o problema se agrava: alagamentos tomam conta das ruas, muitos motoristas ficam ilhados ou enfrentam riscos de acidentes, e a cidade praticamente para. Nessas horas, a ausência de um sistema de transporte estruturado se torna ainda mais visível e dolorosa.

Uma obra que vive no imaginário manauara
Apesar do tempo, o monotrilho continua vivo no imaginário do povo de Manaus. A grandiosidade do projeto, somada à ausência de sua concretização, transformou a proposta em símbolo das frustrações urbanas da capital.

Em vez de se tornar realidade, o monotrilho virou memória de uma cidade que sonha com um transporte público digno, rápido e eficiente. E cada novo congestionamento, cada ônibus superlotado, reaviva essa lembrança — de que poderíamos ter seguido por outro caminho.

Memória como ferramenta de transformação
A Revista Fama Amazônica, em parceria com a Inteligência Artificial (IA), relembra esse capítulo da história recente da cidade como forma de resistência. A memória urbana é uma ferramenta poderosa para exigir responsabilidade pública, cobrar continuidade e planejar melhor o futuro.

Enquanto Manaus enfrenta desafios crescentes de mobilidade, relembrar o monotrilho — com todas as suas promessas e silêncios — é uma forma de não deixar o tempo apagar o que nos foi prometido.

Fama Amazônica é memória viva da floresta e da cidade.

E recordar é o primeiro passo para mudar.

por Almir Souza Redator Hacker
Fonte Redação Fama
Foto AAS

Almir Souza

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