Amazônia

O Alumínio Não é Mais do Brasil

A Amazônia abriga uma das maiores reservas de bauxita do mundo, minério essencial para a produção de alumínio. Durante décadas, o Brasil buscou manter controle sobre essa cadeia produtiva estratégica, garantindo que parte da riqueza gerada permanecesse no país. No entanto, um longo processo de desnacionalização culminou na transferência do setor para multinacionais, consolidada em 2024.

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A Trajetória da Desnacionalização

A história começa nos anos 1970, quando a Mineração Rio do Norte (MRN) foi criada para explorar as jazidas de bauxita no Vale do Rio Trombetas, no Pará. Originalmente, o controle do empreendimento foi garantido com maioria nacional, envolvendo a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). O objetivo era assegurar que o Brasil tivesse autonomia sobre um dos mais importantes recursos minerais do planeta.

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Entretanto, ao longo dos anos, multinacionais foram gradativamente adquirindo participações na MRN e na refinaria Alunorte. Em 2024, a Glencore, uma das maiores tradings globais de commodities, recebeu autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para assumir o controle da MRN e de uma fatia significativa da Alunorte. A transação, avaliada em US$ 1,1 bilhão, consolidou o domínio estrangeiro sobre o setor.

Quem Controla o Alumínio Brasileiro Hoje?

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Com as recentes aquisições, o setor de bauxita, alumina e alumínio está sob total controle de multinacionais. A MRN passou a ser dominada pela Glencore (45%), enquanto os 55% restantes estão divididos entre South32, Rio Tinto e CBA. Já a Alunorte teve sua estrutura acionária alterada: a norueguesa Hydro aumentou sua participação para 93,13%, com apenas 3,03% restando em mãos brasileiras (CBA) e o restante distribuído entre acionistas japoneses.

Impactos para o Brasil

A transferência do controle do setor de alumínio para capital estrangeiro traz consequências significativas para a economia e soberania nacional:

Perda de Autonomia: O Brasil perde poder de decisão sobre um recurso vital, ficando vulnerável às estratégias de corporações globais, que podem priorizar mercados externos e otimizar seus lucros sem compromisso com o desenvolvimento local.

Remessa de Lucros para o Exterior: O faturamento gerado pela extração e processamento da bauxita será majoritariamente enviado para as matrizes estrangeiras, reduzindo a capacidade de investimento no próprio país.

Redução da Receita Tributária: Grandes conglomerados multinacionais utilizam mecanismos de otimização fiscal para minimizar o pagamento de impostos no Brasil, diminuindo a arrecadação pública.

Impactos Ambientais e Sociais: A extração mineral na Amazônia tem histórico de impactos severos. Empresas estrangeiras podem ter menos compromisso com as comunidades locais e com a recuperação ambiental, principalmente se não houver fiscalização adequada.

O Que Fazer Agora?

A sociedade brasileira precisa questionar o impacto dessas transações e exigir maior participação do Estado na regulação do setor. Algumas ações possíveis incluem:

Criação de Políticas de Valoração Nacional: Estabelecer mecanismos que obriguem as empresas a reinvestir uma parte significativa dos lucros no Brasil.

Maior Fiscalização Ambiental e Social: Monitorar de perto as operações para evitar danos ambientais e garantir que as comunidades locais sejam beneficiadas.

Incentivo à Industrialização Nacional: Em vez de apenas exportar bauxita e alumina, o Brasil deveria investir na produção de alumínio e produtos manufaturados, agregando valor à cadeia produtiva.

O futuro da Amazônia e da economia brasileira depende da capacidade de enxergar a importância estratégica dos nossos recursos naturais. Se nada for feito, o Brasil continuará sendo apenas um fornecedor de matéria-prima, enquanto o verdadeiro valor da cadeia do alumínio se consolidará no exterior.

O alumínio pode não ser mais nosso, mas ainda podemos lutar para que sua riqueza beneficie o Brasil e seu povo.

O acordo que consolida a venda das participações na Mineração Rio do Norte (MRN) e na refinaria de alumina Alunorte foi anunciado em 2023 e aprovado2024 . Um2024 .

O acordo foi assinado em 2023 ,Luiz Inácio Lula da Silva (1º de janeiro de 2023.. Você Sabia?

por Almir Souza-Redator Hacker Free Lancer
Fonte Redação Fama
Foto AAS

Almir Souza

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