Máquina Enigma

A máquina Enigma permitia emitir mensagens em códigos cifrados, sendo um dos dispositivos tecnológicos mais importantes usados na Segunda Guerra Mundial.
Máquina Enigma. “Durante as Guerras Mundiais e, em especial, na Segunda Guerra, o desenvolvimento da tecnologia para fins militares tornou-se peça fundamental: desde armas incrementadas, utilização de aviões e submarinos até o uso de dispositivos de comunicação e intercepção, como o rádio transmissor e os radares.
Esses dispositivos foram associados às máquinas cifrantes, isto é, máquinas produtoras de códigos combinatórios, equipadas com rotores criptográficos, cuja representante mais significativa foi a máquina Enigma, incorporada às forças armadas alemãs ainda nos anos 1920. A presença da tecnologia de criptografia avançada na Segunda Guerra Mundial foi fator determinante para a própria dinâmica da guerra, mas também culminou na invenção do primeiro computador do mundo.
Máquina Enigma. A história do modelo de máquina Enigma remonta a uma invenção do holandês Hugo Alexander Koch. A invenção de Koch consistia em um protótipo de máquina com rotores eletromecânicos capazes de produzir mensagens secretas. Entretanto, apesar de haver patenteado a invenção, Koch não levou a cabo o seu desenvolvimento. Esse papel ficou ao encargo da dupla Scherbius & Ritter.
Em 1918, o engenheiro elétrico Arthur Sherbius e seu amigo Richard Ritter montaram uma fábrica para desenvolver e produzir em série as máquinas criptográficas. Scherbius e Ritters tentaram por diversas vezes vender os modelos à marinha alemã, sugerindo o benefício da tecnologia às forças armadas. As máquinas foram compradas pela marinha nos anos 1920 e passaram a ser usadas, sobretudo, em submarinos. Na década de 1930, já no período nazista, houve o aperfeiçoamento do modelo Enigma e seu uso começou a ser disseminado também entre o exército alemão.
Máquina Enigma. O uso da máquina exigia um cuidado muito grande, desde a configuração da chave que acionava a máquina até o uso do manual dos códigos.
Máquina Enigma. “Durante as Guerras Mundiais e, em especial, na Segunda Guerra, o desenvolvimento da tecnologia para fins militares tornou-se peça fundamental: desde armas incrementadas, utilização de aviões e submarinos até o uso de dispositivos de comunicação e intercepção, como o rádio transmissor e os radares.
A chave usada para configurar a máquina deveria ter seu código trocado diariamente, sob pena de ser rastreada por tecnologia semelhante e ter suas mensagens decifradas. Já durante a Segunda Guerra, quando as máquinas Enigma eram largamente usadas pela inteligência militar alemã, um grupo de matemáticos e engenheiros poloneses, em conjunto com a inteligência militar britânica, conseguiu elaborar um modelo ainda mais avançado que o dos alemães. Esse modelo conseguiu pela primeira vez decifrar os códigos da Enigma.”
Máquina Enigma. “A operação orquestrada por poloneses e britânicos ficou conhecida como Ultra. Como destaca o historiador Norman Davies, em sua obra A Europa em Guerra, “O Projeto Ultra foi estabelecido em Bletchley Park, nas Midlands da Inglaterra, em finais de 1939. […] Descobriram que alguns operadores de rádio alemães, especialmente um homem chamado Walter, estavam a ignorar as instruções e iniciavam as suas máquinas com a mesma chave todos os dias. Calcularam, acertadamente, que as unidades alemãs espalhadas por toda a Europa transmitiriam mensagens idênticas pelo aniversário do Führer, em abril de 1940. E deitaram as mãos a uma máquina Enigma atualizada que a marinha britânica obtivera num navio meteorológico alemão capturado ao largo da Groenlândia.” [1]
A partir desses “lapsos” dos alemães, os ingleses foram capazes de desmontar a estrutura de códigos usados pelos nazistas. Em um segundo momento, os alemães ainda vieram a desenvolver um modelo mais sofisticado, chamado de B-schreiber, em 1944.
Máquina Enigma. “Durante as Guerras Mundiais e, em especial, na Segunda Guerra, o desenvolvimento da tecnologia para fins militares tornou-se peça fundamental: desde armas incrementadas, utilização de aviões e submarinos até o uso de dispositivos de comunicação e intercepção, como o rádio transmissor e os radares.. Para apreender os códigos desse novo modelo, foi necessária a colaboração daquele que hoje é reverenciado como o “pai da computação”, Alan Turing. A invenção da famosa calculadora eletromecânica, conhecida como Bomb (Bomba), por Turing, incrementou a capacidade de decifração dos códigos da Enigma. E essa invenção levou à criação do Colossus – o primeiro dos computadores. Norman Davies deixa isso patente no livro já citado:
Máquina Enigma. “Em seguida, a Bomba de Turing, uma calculadora eletromecânica, conseguiu descobrir as permutações e produzir respostas. No segundo ano da guerra, Bletcheley Park estava a ler todas as transmissões Enigma três horas depois do início de cada dia. Acompanhavam todas as atualizações a que procediam os alemães. E, em 1944, para rivalizar com o B-schreiber, inventaram o primeiro computador eletrônico do mundo, o Colossus.” [2].
[1] Davies, Norman. A Europa em Guerra (1939-1945). Lisboa: Edições 70, 2008. pp. 55. [2] Idem, p.56.Por: Me. Cláudio Fernandes”
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Fonte: Brasil Escola
Foto: Divulgação